segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Contra a Farsa Eleitotal

Sentirmo-nos sem noção, quando estamos certos é o que querem os eleitoreiros e oportunistas

Eduardo de Sampa

Nesses últimos tempos, tenho notado algumas pessoas tentando justificar o seu descontentamento com a farsa eleitoral. Muitas vezes buscam se justiçar com preocupação de serem má interpretadas, como é o caso de Joicy Sorcière, que postou uma charge de uma grande ratoeira, cujo a isca é a urna eleitoral, com essa mensagem:

"Sinto muito... mas sou a favor de que toda a população brasileira fique em casa, na próxima eleição. Isso mesmo... sou a favor de que ninguém vá votar! Me sinto no direito de não eleger candidato algum. Não, não sou uma sem noção... Pelo contrário! Toda a roubalheira que tem sido escancarada só me mostrou que não tem feito diferença alguma sair de casa e votar, pois os sacos se rasgaram e mostraram que a toda a farinha tinha a mesma procedência... — se sentindo desanimada."
Vê-se que a companheira esta querendo cortar o cordão umbilical preso nessa farsa eleitoral e igual a ela, ha várias pessoas, que se sentem angustiadas em participarem do pleito, mas ficam preocupadas com as mentiras proferidas pelo revisionismo e o oportunismo, que nutrem esperanças nesse velho jogo de cartas marcadas. Às vezes muitos se dizem marxistas -leninistas - trotiskistas e afins e tentam de todas as formas e jeitos, justificarem sua frouxidão na luta de classes, dirigindo todos seus esforços para o pleito eleitoral, ou seja como gostam de dizer: "O sufrágio universal". Esses que acham apenas essa saída para a luta de classes, são impostores e falsificadores da história, são os mesmos que se diz a favor da luta indígena, quilombola e camponesa, mas que apoiam a construção de grandes hidrelétricas e fomentam a contradição entre quilombolas e pequenos camponeses, povos ribeirinhos e etc., sem falar na deslavada conciliação de classes, que praticam dentro dos sindicatos, nas campanhas salariais e perseguindo e dedurando todos que não rezam sob suas cartilhas.
Charge tirada da publicação no Facebook e modificada com a frase de Lenin
Quero dizer, que todo aquele que se rebela contra essa ratoeira eleitoral, por não aceitar ser usado por esses políticos e partido eleitoreiro, não se preocupem, pois são respaldados pela ideologia do proletariado. Por esse motivo, representa um perigo a toda essa ordem pré-estabelecida e são criticados por todos eleitoreiros, que se unem contra eles. Marx e Engels, abriram o Manifesto do Partido Comunista, com a seguinte frase: "Anda um espectro pela Europa — o espectro do Comunismo. Todos os poderes da velha Europa se aliaram para uma santa caçada a este espectro, o papa e o tsar, Metternich e Guizot, radicais franceses e polícias alemães." Finalizam dizendo: "Os comunistas rejeitam dissimular as suas perspectivas e propósitos. Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pelo derrube violento de toda a ordem social até aqui. Podem as classes dominantes tremer ante uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não serem suas cadeias. Têm um mundo a ganhar." "Proletários de Todos os Países, Uni-vos!". Mesmo assim esses falsificadores da ideologia do proletariado insistem em querer justificar a frouxidão e taxam-nos de “Esquerdismo: Doença infantil do comunismo”, o que eles não falam é por quê? E quais os motivos e condições que Lenin tinha para abordar tal tema? Ou serão eles  que se sentem merecedores da alcunha de bolcheviques? Quando Lenin escreveu sobre esse tema, ele não só estava no comando da Rússia, como tinha ao seu lado um partido revolucionário, que não foi criado sob os escombros dos oportunistas e revisionistas e sim em cima deles como “um coveiro enterrando o cadáver.” Esses, que criticam os que lutam, taxando-os de esquerdistas, ou coisa desse tipo, só podem ser no mais grosso modo, representantes dessa “democracia” da burguesia e do latifundiário a serviço do imperialismo e não do proletariado e do campesinato, pois rezam na cartilha deles.
Lenin foi claro e direto nessa mensagem, sobre gente desse tipo: “Somente os tolos ou patifes podem acreditar que o proletariado deve primeiro conquistar a maioria na votação realizada sob o jugo da burguesia, sob o jugo da escravidão assalariada e só então deve tomar o poder. Isto é o cúmulo da estupidez ou a hipocrisia, que é a substituição da luta de classes e da revolução pelo voto, sob o velho regime, sob o velho poder.” Por tanto, quero dizer a todos que se sentem como a Joicy, não se sintam “... sem noção...” , pelo contrário devem sentir-se aliviadas, pois estão deixando esse fardo pesado de enganação e opressão, criado pela burguesia e a serviço dela, mas acho que não deve ficar apenas nisso, deve se organizar em núcleos e grupos de pessoas, que pensam da mesma forma e fazer campanhas para desmascarar essa farsa e também ir construindo novas alternativas de ação, como embrião do poder popular. Eu acredito que devemos construir uma nova e verdadeira democracia e para isso, temos que compreender o sentimento do povo e fazer uma sólida aliança entre operários, camponeses, professores, estudantes, pequenos e médios produtores, contra o grande produtor a grande burguesia, o latifúndio e o imperialismo e isso se dará tijolo por tijolo, em uma luta árdua e tenaz, pela tomada do poder.
Isso deve ser indissolúvel da luta contra o oportunismo e o revisionismo, para não cairmos em “fraseologia oca”, como alertara Lenin e claro, esses senhores não têm o interesse que saibam disso, pois temem como a “água ao fogo”, que saibam.
Eleição Não! Revolução sim!